sábado, 2 de outubro de 2010

HISTÓRIA E ORIGEM DOS BIJAGÓS

HISTÓRIA E ORIGEM

A origem do povo dos BIJAGÓS è ainda uma questão em aberto.
Ao longo dos séculos, diferentes autores tentaram formular varias hipóteses.
Há documentos escritos do século XV que afirmam que as ilhas, nesse período, eram já habitadas pelos Bijagós.
Segundo a tradição e histórias contadas, os Bijagós são originários da Região de Buba, no Continente, e as primeiras ilhas ocupadas foram, por ordem cronológica, Canhabaque, Orango, Uno, Bubaque, Formosa e Caravela
Se considerarmos a língua, o estudioso Guillaume Segerer escreveu que o sistema das classes nominais aponta a vinda dos Bijagós do lado sul da Guiné.
As diferenças somáticas podem ser explicadas pelo facto que, durante os séculos da escravatura, os Bijagós adoptaram muitas mulheres de outros povos da Guiné, porque somente os escravos homens eram vendidos.
Para o movimento dos diferentes povos ver o mapa.

A SITUACÃO GEOGRÁFICA E A ECONOMIA

Bubaque è a ilha mais afectada pela presença dos europeus: fui escolhida pelos colonizadores alemães antes da I Guerra Mundial e pelo governo Português depois de 1920, como o centro principal das suas actividades no arquipélago, especialmente as actividades ligadas ao desenvolvimento das árvores de palma de óleo (Elaeis guineensis).
De facto, o meio ambiente da ilha è muito rico para qem vive numa economia de subsistência. As actividades principais são as seguintes:
- as culturas mais importantes, como aquela do arroz, da mancarra bijagó (Voandzea subterranea) e do feijão, e as outras menos importantes como o amendoin, o milho (Zea mays), o inhame, a mandioca, a abóbora, etc.;
- a extracção de óleo de palma;
- a criação de animais domésticos, como as vacas, as cabras, os porcos e as galinhas;
- a pesca feita pelos homens por meio de redes, à linha, com a arpão e sobretudo com a tarrafa (rédea de mão).
Junamente com os Nalús, os Bijagós são os melhores entalhadores da Guiné Bissau. Todos eles parecem possuir uma aptidão inata para esta actividade, que requer uma formação longa e paciente sobre a orientação do pai ou de outro familiar próximo. O actual trabalho de esculpir a madeira desenvolveu-se na ilha de Bubaque em três direcções distintas:
- a escultura religiosa;
- a escultura de utensílios;
- a escultura para os turistas.
Apesar de a madeira esculpida ser a actividade artesanal mais comum em Bubaque, existem também actividades incipientes de pinturas de arte baixo-relevo.

AS RELAÇÕES DO PARENTESCO TRADICIONAL E O SISTEMA POLÍTICO

A unidade de base, política e económica, da sociedade bijagó è a tabanca ou aldeia.
A aldeia é autónoma e geralmente auto-suficiente nas suas actividades socio-religiosas e económicas. Actualmente as tradições estão a mudar e os novos poderes políticos do país têm influenciado bastante alguns aspectos da vida da tabanca.
A família compreende todos os membros (irmãos, mulheres, filhos e filhas, netos e netas) sob a autoridade dos pais ou do irmão mais velho. Grande importância há a idade, que è adquirida por meio do número de “fanados” vividos. A verdadeira autoridade da aldeia está nas mãos dos homens grandes, “os velhos”, os verdadeiros depositários de tudo aquilo que è a tradição da aldeia.
Os clãs ou “djorson” dos Bijagós são quatro, Oracuma, Ogubane, Oraga e Ominca. Cada aldeia pertence à um desses clãs, cujo Antenato fundador è uma mulher: por isso o nome do clã è transmitido ao filho ou à filha pela mãe. Todos os Bijagós pertencentes a um determinado clã são irmãos e têm direito de hospedagem e de trabalho sobretudo nas aldeias possuídas pelo seu clã.
O chefe da aldeia deve ser membro do clã “dono do chão”. Para evitar abusos de poder, o chefe è escolhido, de preferência, entre os membros de outras aldeias: deve ter a aprovação de todos os velhos da aldeia e, no passado, ele tinha os dois poderes, religioso e político. Hoje, com o advento da democracia, o poder político deve ser partilhado com os novos representantes dos partidos políticos vencedores nas eleições.
Entre os Bijagós o casamento ou união poligámica é ainda a regra. Um homem pode ter tantas esposas quantas ele puder sustentar.
A sociedade bijagó distingue dois tipos de casamento ou união entre homens e mulheres:
- relações sexuais ante das cerimónias de iniciação (fanado);
- o casamento ou união depois das cerimonias de iniciação.
Conforme a tradição mais antiga da Ilha de Canhabaque, os filhos nascidos durante as uniões antes do fanado pertencem à mãe, sendo o pai considerado ainda “não membro” da sociedade bijagó: somente as cerimónias de iniciação confirmarão a aptidão do jovem como membro efectivo da aldeia.
O sistema de níveis etários permite à sociedade africana em geral e àquela bijagó, em particular, de educar os mais novos, partilhando direitos, deveres e responsabilitades dos diferentes habitantes da tabanca, de acordo com a idade, a capacidade de cadaum e sobretudo com os direitos adquiridos atravês das várias “grandezas” ou donativos entregues aos mais velhos.

COSMOLOGIA DOS BIJAGOS

Os Bijagos revelam pouco interesse pelos pensamentos filosóficos e mitológicos. É um povo pragmático e artístico ocupado com os problemas imediatos da existência, como a provisão imediata da comida. No seu tempo disponível preferem gastar as energias a esculpir madeira, passear pelas ilhas ou procurar vinho de palma para compartilhar em agradável companhia. Não parecem preocupados em tentar responder às questões profundas sobre o mundo e as suas origens.
Os anciãos bijagos fazem uma distinção clara entre duas entidades religiosas: o Ser Supremo (Nindo) e todos os outros seres que influenciam de maneira diferente a vida quotidiana. Entre os outros seres existe também a distinção entres os espíritos dos antepassados (orébok) e os espíritos ou forças da natureza (erande, eraminde, etc.)
Cada aldeia possui uma estátua ou objecto sagrado (Orébok unikan) que é considerado como o Antenato protector e a sede de todos os antepassados que pisaram o solo da aldeia.
Os espiritos estão em geral presentes nalgumas estátuas ou objectos feitos para esta finalidade. Os Bijagós contudo fazem a distinção entre o objecto material e o espírito que o habita. Quando o objecto queima ou estraga-se, è substituído por uma nova escultura, que será a sede do antigo espírito.
E’ uma forte crença dos Bijagós que a vida continua depois da morte.
Existem cerimónias de iniciação para os homens e para as mulheres. As mulheres, durante as cerimónias emprestam o próprio corpo à alma (orébok) de um rapaz morto antes de participar ao fanado: desta maneira o rapaz falecido participa nas cerimónias e é apto a entrar entre os membros da sociedade bijagó.
Estes ritos são os momentos mais importantes da vida dos Bijagós.
As danças e os ritmos dos tambores sáo os elementos básicos de quase todas as cerimónias, permitindo assim o diálogo e a transmissão de mensagens entre os participantes, os visíveis e os invisíveis.
Muitas das cerimónias, principalmente aquelas que consagram objectos ou lugares, exigem a presença de plantas específicas que transmitem forças vitais. Quase todas estas plantas têm também utilizo como plantas medicamentosas ou são importantes na vida ecónomica da aldeia.
O povo bijagó tem mudado no passado e continua ainda a mudar, devido aos seus contactos e aos acontecimentos históricos depois da independência do 1973.
As culturas dos povos evoluem sobretudo com as novas gerações: são terreno fértil, cultivado por antepassados, capaz de facilitar, antes de mais a vida dos não adultos. É uma espécie de hábito colectivo, com hábitos bons e hábitos maus, decorrentes da actividade humana livre. Numa determinada cultura em geral, e naquela bijagó em particular, nem tudo é bom mas também nem tudo é mau. Às vezes, os hábitos maus são consequência de práticas antigas ou de leis que, talvez, tinham uma função dentro dum sistema cultural que hoje não existe integralmente.
Como escreveu o estudioso Hampate Bá
“A tradição é a grande escola da vida e comprehende todos os aspectos. Nesta tradição o espiritual e o temporal não são divididos. A tradição é ao mesmo tempo religião, conhecimento, ciência da natureza, iniciação aos trabalhos, história, divertimento, e cada particular desta tradição é capaz de lembrar a unidade dos Inícios”.

ISTORIA DI ORIJEN
Ninguin ka sibi inda nunde ki BUDJUGUS sai nel.
Na tempu di no donas, manga di autoris tenta diskubri nunde ki Budjugus sai, e konta manga di kusas ma e ka konsigui diskubri.
I ten dukumentus ki skirbidu na sekulu XV, ki fala kuma Budjugus staba dja na djius na kil tempu.
Utru storia tambi ta fala kuma Budjugus bin di Buba, na kontinenti; purmeru djius ki moradu nel i Kanhabaki, dipus Orangu Garandi, Unu, Bubaki, Formosa ku Karavela.
Si no sukuta se manera di papia, linguista Guillaume Segerer, skirbi kuma se manera di dividi nomi di pusua ku di kusas ta mostranu kuma Budjugus dibi di bin di ladu di sul di Guine.
I ten utrus splikasons di kuma, na kil tempu di fasi ku bindi skrabus, Budjugus ta tomaba manga di mindjeris di utru povus di Guine, ki se omis ta bindiduba suma skrabu.
Pa movimentu di diferentis povu, djubi mapa.

SITUASON JOGRAFIKA KU EKONOMIA

Bubaki i djiu ki brankus mas ta odjadu: alemon kudjiba la antis di I Guera Mundial, guvernu purtuguis bin kudji la tambi dipus di 1920, pa i sedu sentru prinsipal di se tarbadju na tchon di budjugu, tarbadjus di korta tcheben pa tira siti burmedju (Elaeis guineensis).
Di fatu djius di tchon di Budjugus riku dimas pa kin ki na vivi na ekonomia di subsistensia. Tarbadjus ki Budjugus mas ta fasi i esis:
- tarbadja arus, labra mankara budjugu (voandzea subterranea) ku fison, utru kusas ke mas ta fasi, i labra mankara tombali, midju (Zea mays), nhambi, mandioka ku bobra, etc;
- tira siti burmedju;
- kria limarias di kasa, suma bakas, kabras, purkus ku galinhas;
- omis ta piska ku ridias, linha di ansol, arpon ku ridia di mon.
Nalus ku Budjugus i mindjoris labraduris di boneku di po na Guiné-Bissau. Elis tudu e sta suma e padidu ku e tarbadju, ki pirsis sina na mon di pape o di un alguin di familia ku karinhu pa kunsa sibil.
Tarbadju di labra boneku di gosi i disinvolvi na Bubaki na tris kusas diferentis:
- labra boneku pa fasi irans
- labra kusas pa tarbadju di fugon (kudjer di tira, di kume, po di buli tagara);
- labra boneku di po pa bindi turistas branku.
Alen di es tarbadju di labra po, i ten tan tarbadju di pintura ke ta fasi.

RELASON DI PARENTASKU TRADISIONAL KU SISTEMA PULITIKU

Unidadi pulitiku ekonomiku di sosiedadi di Budjugus i tabanka.
Tabanka i otonoma na se manera di fasi se kusas rilijozu ku ekonomiku. Gosi kusas na muda, pulitikus tene influensia garandi na vida di tabanka.
Familia pa Budjugus, i tudu djintis (ermons, mindjeris, fidjus, netus, subrinhus, primus) elis tudu e ta sta bas di ordi di pape o di ermon mas garandi. Idadi tene importansia garandi na Budjugus. Otoridadi garandi di tabanka sta na mon di omis garandi, “ki bedjus”, tudu tradison di bardadi di tabanka sta na se mon.
Djorson di Budjugus, i kuatru: Orakuma, Ogubane, Oraga ku Ominka.
Kada tabanka ta pertensi un di es djorsons. Kin ki funda es djorson i mindjer, el ki manda tudu fidjus ta toma djorson di se mame. Tudu Budjugus ki djunta un djorson elis i ermons, e ta gasidja n´utru e tarbadja djuntu. E mas ta tene diritu na un tabanka ki di selis.
Chef di un tabanka dibi di sedu di “djorson dunu di tchon. Pa ivita abuzus di puder, chef i kudjidu entri omis di utru tabanka, tudu djintis bedjus di tabanka dibi di seta kil ki kudjidu.
Na tempu antigu chef teneba tudu dus puder ki sedu: puder rilijozu ku pulitiku. Gosi ku kunsada di dimokrasia, puder pulitiku ta dividu ku djintis di partidus pulitiku ku nganha ileison.
Kazamentu di Budjugus i poligamiku. Un omi pudi kaza mindjeris ki misti, ki pudi sustenta.
Sosiedadi di Budjugus na tradison antiga, teneba dus tipus di kazamentu o union entri omi ku mindjer ki ta odjadu inda na djiu di Kanhabaki:
- kazamenti anti di fanadu (mindjer ku fidju) ki ka di bo;
- kazamentu dipus di fanadu (bandona mindjer ku fidju) randja nobu mindjer ki di bo te mortu.
Fidjus ki padidu anti di fanadu mame ki ta fika kel, pabia omi anti di bai fanadu i ka ta konsideradu membru di sosiedadi di Budjugus, son ora ki bai fanadu ki ta toma responsabilidadi di bardadi di tabanka.
Sistema di fasi “grupu di idadi” ta pirmiti sosiedadi afrikana iduka mas pikininus, partikularmenti na tchon di Budjugus e ta partilia diritus, diveris ku responsabilidadi di diferentis djintis di un tabanka di akordu ku idadi, kapasidadi di kada kin, sobritudu diritu ki dadu na “garandesa” ke ta paga na mon di garandis.

KOSMOLOJIA DI BUDJUGUS

Budjugus ka ta leba interesi na pensamentu filosofiku ku mitolojiku. I un povu pragmatiku, artistiku, okupadu ku purblemas di se dia a dia, suma buska kusa di kume ku utru kusas.
Ora ke tene tempu e pirfiri gastal na labra boneku, bai pasia na utru djius o buska binhu palmu pa sinta djuntu pa djumbai. E ka ta priukupa ku sibi kuma ki mundu sta kuma ki kunsa.
Baloberus budjugu ta fasi distinson klaru entri dus entidadi rilijozu: Deus (Nindo) ku tudu utrus seris ki ta influensia di manera diferenti se vida di kada dia. I ten tan distinson entri spiritu di antipasadus (orebok) ku spiritu di forsa di natureza (erandé, eraminde, etc.).
Kada tabanka ta tene un statua, o utru objetu sagradu, (orebok unikan) ki ta konsideradu suma protetor ku sedi di tudu antipasadus ki pasa na ki tabanka.
Spiritu ta sta presenti na statua ki kumpudu parel. Budjugus ta fasi distinson entri objetu material ku spiritu ki sta dentru del. Ora ki objetu kema o i dana i ta pudu utru na si konta.
Budjugus fia kuma vida ta kontinua dipus di mortu.
I ten un sirmonia di inisiason pa omis ku mindjeris. Ora ki mindjeris na fasi sirmonia alma di un rapas ki muri antis di bai fanadu ta ientral (orebok), la i ta fasi tambi sirmonia ki ka fasiba anti di muri pa pudi entra na sosiedadi di Budjugus.
I sirmonia mas importanti na vida di Budjugus.
Badjus, kantigas ku tokus di tamburis i elementus basikus di tudu sirmonia di budjugu, i ta pirmiti dialogu ku troka di mensajen entri partisipantis, kilis ki ta odjadu ku kilis ki ka ta odjadu.
Manga di sirmonias, prinsipalmenti kilis ki ta konsagra objetus o kaus, i ta fasi uzu di plantas pa transmiti forsa di vida. Es planta tambi ta fasidu mesinhu o i sedu importanti na vida ekonomiku di tabanka.
Povu budjugu muda na pasadu, e kontinua na muda pabia di se kontatus ku akontesimentu istoriku dipus di indipendensia di anu 1973.
Kultura di un povu ta ivului ku jerason novu: kultura i terenu fertil ki antipasadus kultiva, ki pudi fasilita vida di mininus. I un abitu koletivu ki tene kusas bons ku maus, kriadu ku atividadis livri di pekaduris.
Na tudu kulturas en jeral, inda na di Budjugus, i ka tudu kusas ki ta bali mas tambi i ka tudu ki ka ta bali. Utru ora kusas ki ka bali i rusultadu di kusas antigu o di leis ki talves i teneba un funson dentru di un sistema kultural ki ka ten dja mas.
Suma ki studiozu Hampate Bá skirbi,
“Tradison i un skola garandi di vida, i ta djunta tudu aspetus. Nes tradison spiritual ku temporal ka sta divididu. Tradison i tudu, i rilijon, i kunhisimentu, i siensia di naturesa, i inisiason pa tarbadjus, i istoria, i divirtimentu: kada partikular di es tradison i ta lembra unidadi di kunsada”.

Fotos Museu FASPEBI Bubaque (Pe. Biasutti Arturo)





Fotos Museu FASPEBI Bubaque (Pe. Biasutti Arturo)





Fotos Museu FASPEBI Bubaque (Pe. Biasutti Arturo)
















Fotos Museu FASPEBI Bubaque (Pe. Biasutti Arturo)
















domingo, 14 de março de 2010

Felicidade nos olhos dela

A felicidade é o único bem e o cominho para se ser feliz;

é fazer os outros felizes.